Caros leitores,
Fui assaltada. Sim, eu sei que isso não é mistério algum, sei que isso é normal e quase todo mundo já passou por isso. Mas isso que me indigna cada vez mais: a naturalidade como essas coisas estão acontecendo. Foi triste ser assaltada, bem mais do que revoltante. As 05:25 da madrugada um jovem, mas novo do que eu, decidiu assaltar as pessoas que iam trabalhar. Mas não quero falar sobre o assalto, quero falar sobre escolhas.
"O que podia ser
Sempre vai ser melhor que é
As possibilidades vão perseguir
Todos os dias somos borbulhados por momentos que nos obrigam a fazer escolhas. Algumas parece tão besta outras simplesmente passam despercebidas. E quando passam despercebidas se tornam rotina: todos os dias eu escolho a mesma roupa, os meus calçados e coloco a mesmas músicas para tocar acreditando que estou fazendo escolhas sensatas e com base de gostos que possuo quando na verdade só estou repetindo as mesmas coisas.
Assim como escolhemos nossas roupas, com base na rotina, escolhemos nosso humor. Somos tão acostumados a agir da mesma forma: nas segundas sempre frustados, nas terças sempre balançado, nas quartas inertes para o mundo, nas quintas uma breve animação, nas sextas terá festão, nos sábados inicio de uma ressaca e no domingo o desânimo. Se alguém gritar conosco devemos escolher gritar de volta, se alguém nos magoa escolhemos ficar tristes, se o dia é cinza as musicas tem que ser preto.
Quando de fato temos que escolher algo, quando temos duas, três, quinhentas opções e somente devemos escolher uma, as demais possibilidades vão nos perseguir. Muitas vezes pensaremos que se tivéssemos tomado outro caminho seria mais fácil, seria melhor.
Decisões sempre me causam angustia. Eu penso muito antes de tomar uma decisão, quando cortei o cabelo bem curto levou entorno de uma semana pensando e repensando para que não me arrependesse e de fato não me arrependo. Creio que no fim é isso: Escolher aquilo que vai te deixar feliz sem arrependimentos, por mais que os outros caminhos sejam tentadores deve-se ter plena certeza de que aquela escolha, para aquele momento, foi a melhor.

Para cada escolha suas consequências. Eu terei as minhas, ele terá as suas. Talvez alguns digam que ele na verdade não teve escolha, que ele faz parte de um sistema de exclusão onde a estrutura pré-estabelecida do sistema capitalista faz com que ele agisse de tal forma. Mas se de fato acreditarmos que participamos de um sistema tão pré-definido ao ponto de definir nossas escolhas, o que seria então? Pra quê trabalhar, estudar, existir? Se todas as coisas já foram decididas por alguém ou alguma coisa. Não estou falando de religião, não estou falando de crença, estou falando de livre-arbítrio e de ser responsável pelas as suas escolhas.

Por que no fim, só no fim, poderemos olhar para trás; e será muito mais sofrido perceber que todas as nossas escolhas não foram reflexos de nossos mais verdadeiros sentimentos (bons).
SMRibeiro
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