Sobre as guerras internas

"Lá fora eu alço, eu voo livre
E aqui dentro eu perco o sol
Do alto vem trovão, vem raio
De dentro vem todo o mal

De um lado eu tenho as sete vidas
De outro eu morro toda a vez
E no começo eu sou bandida
No fim eu sou a mãe do Rei"
Simonami - Leite Azedo

O mundo todo é uma ilha, já dizia Humberto Gessinger e essa ilha está em guerra. Ao mesmo tempo que aqui dentro do meu peito, no meu mundo intimo, também há guerra.
Avaliar suas ações e onde deve-se modificar sempre é um grande dilema. Sempre é uma grande guerra quando decidimos nos colocar como telespectador de nós mesmos e tentar enxergar os erros. Mas entre enxergar-los e modificar-los é um grande passo. Muito fácil saber nossos defeitos e de fato sabemos de todos, inclusive daqueles mais íntimos que não gostamos de reconhecer, porém se torna muito difícil arrancar esse baobá de dentro de nós.
Muitos repetem para si mesmo "sou imperfeito, posso errar", mas até onde esse discurso fará sentido? Se analisarmos bem dizer isso só é uma justificativa para permanecemos na inercia de modificar algo em nós.
Modificar, enxergar, analisar... tantos verbos.. tantas palavras e no fim o que sobra é a ação completa. Sentido? Talvez não.
Não há sentido na guerra, nem a mais íntima.
Acredito que todos os dias temos que nos tornamos pessoas melhores, para nós mesmos e não para o outro como acredita a crença popular. Mas não travar uma guerra interna ao ponto de tirar o sono, o folego, a vida e a paz. Devemos olhar para os erros e abraçá-los.
Estranho, não é mesmo?
A guerra intima que travamos não é contra um mal que criamos mas por não aceitarmos que ele faça parte de nós, nos colocamos numa posição de inocentes e não vemos que todos os defeitos foram criados por nós, por isso abraçá-los. Aceitar eles na sua vida, mas aceitá-lo provisoriamente.
Tirar o defeito aos pouquinhos. 
Se somos zangados, que aos poucos sejamos mais felizes. 
Se somos brutos, que aos poucos sejamos pacientes. 
Se falamos demasiado rápido que aos poucos vamos tentar ir mais lentamente.
é aos pouquinhos, mesmo que leve a eternidade.
Por que no fim, para tudo se modificar é necessário a paciência.




SMRibeiro

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