Perseguir seus sonhos?

“Deixe como está
De repente a gente aprende
Como sempre
Um segundo se encontrar

Há de ser que leve tempo
Ou talvez que eu tenha sorte
Que sabe em outra vida possa dar...”
Deixa como está - Versos que compomos na estrada

Muitos de nós, desde criança, somos motivados a seguir nossos sonhos. E isso é ótimo, realmente é. Mas ninguém fala das voltas que temos que dar e nem que a perseguição de nossos sonhos pode prejudicar alguém, ou destruir os sonhos de alguém.  Isso não é difícil, por mais simples que seja nossos sonhos vivemos em sociedade, com família e amigos, e as nossas ações tem reflexos enormes em outras pessoas.

Somos levados a crer que tudo que importa é o que ocorre conosco e isso em todos os sentidos.  “irei votar em tal politico porque ele vai me ajudar” “pra quê ajudar essa pessoa? Eu também preciso” e por aí vai nossa lista de desculpas para sermos, no fim, egoístas.

Outra problemática de perseguir um sonho é que muitos de nós não sabemos que sonho

queremos ou somos forçados a seguir um caminho que de fato não sabemos se é o certo. Acompanho uma pagina no facebook (Ajuda o povo de humanas a fazer miçangas) e vejo a dificuldade que ela tem em terminar algo, por que no fim tudo que ela faz são “sonhos comuns”  que a sociedade nos obriga a fazer: faculdade, depois dos 25 casar, depois dos 28 ter filho, passar e um concurso, sentar na frente de um computador e criar sua rotina linda. 

Nossos sonhos são uma construção do que a sociedade quer. Ninguém nos motiva a ser jardineiro, a trabalhos manuais como fazer um colar, ninguém nos diz que trabalhar com costura é magnifico, que ser catador de lixo é digno, que pintar flores é uma ótima escolha, que ser palhaço numa festa, que viver num circo, tem o mesmo valor que ser um advogado. A sociedade nos obriga a perseguir nossos sonhos desde que ela diga quais são. 

Não, esse não é texto para desistir dos seus sonhos e visivelmente não é um motivador. No final esse texto é exclusivamente pensamentos e devaneios meus num quarto só, longe de casa, com toda a ansiedade (mesmo que eu não tenha ido a um médico para comprovar mas ainda vou)  que possuo, que a todo instante me diz que nada por aqui tá certo.

Moral da historia? Temos que procurar fazer o que queremos, de fato. E se não sabemos o que queremos não há problema nenhum em não fazer nada. Nossa motivação para viver pode não está dentro de uma sala e um computador na frente. Seguir nossos sonhos, sim. Mas primeiro ver se de fato é o que queremos e também ter a certeza que não vamos prejudicar os sonhos e vontades de outras pessoas.

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