De repente eu me observei. Olhei para
mim e vi que sou além dessa imagem feita, pré-concebida, essa aparência que eu
julgo e sou julgada e que estou tentando amar. Eu sou mais que os olhos de
outrem e mais que os meus próprios olhos.
Nesse olhar, comecei a reparar o que eu
gosto, o que eu não gosto e o que eu poderia gostar. Reparei nas minhas manias,
no meu corpo por qual eu luto a amar. Reparei no meu espírito, que segue outras
definições que não são essas visuais. Reparei que eu gosto das nuvens.
Reparei que passo um bom tempo
olhando-as, imaginando suas formas, questionando como algo tão visível, como
algo que parece ser tão sólido não é, infelizmente não é.
Não seriamos assim? Será que a nossa
definição é somente esse corpo, tocável, sólido, vulnerável e nada mais? Só
essa visão distanciada e limitada do que é, do que realmente é? Somos somente
uma versão material que nasce, cresce e morre? Não existe nada além, nada
antes, nada depois?
Definir minha existência como somente
um corpo que se movimenta, uma conjunção de órgãos, artéria, sangue, matéria é
limitar quem eu sou.
Eu sou nuvem.
Eu sou nuvem e por isso hoje eu estou aqui, o que não significa que será para
sempre.

Eu sou nuvem passageira e não tenho problema em ser assim. Não tenho problemas com mudanças, com os ventos que por mim passam. Não tenho problema com outros olhares
e o que eles pensam sobre mim, é a visão deles não minha.
Eu sou nuvem,
eu sou feliz.
instagram: @smribeiro21
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