Entre xícaras de café e debates internos entre
meu coração e minha cabeça, percebi algo que minha mãe sempre dizia: você não é
todo mundo. Ao contrário da crença popular, da qual se acredita que ser igual a
todo mundo é algo bom, viável e é o aceitável, eu me sentir feliz em ser
diferente.
Pela primeira vez em muito tempo não ser o “comum”
foi visto, por mim, como algo totalmente natural. Na verdade, cada vez mais
sinto a necessidade de excluir do meu dicionário palavras como “comum”, pois
tal palavra só remete a um padrão, o que está fora desse padrão, desse estereotipo,
é o condenado.
Me olhei. Mas não com olhos totalmente carnais em
que simplesmente se ver o que está aqui por fora. Vi meu espírito, vi as
manchas de dependências emocionais e luz de boas ações vibrando em mim, vi um
espírito nu e que não tem nada a ver com a nudez desse corpo de carne. Um
espírito puro nas suas imperfeições, capaz de se modificar, capaz de ser algo
além do que se espera, do que esse mundo ainda cruel espera.
Há algum tempo eu tenho reparado que o que existe
dentro de mim está cada vez mais presente, cada vez mais externo e percebi que
a frase “eu não tenho uma alma, eu sou uma alma que tem um corpo” ficou mais
claro, mais lúcido em mim.

Cada vez mais, estou me desligando de sentimentos
de posse, sentimentos de exclusão, sentimentos de depressão que por muitas
vezes assolaram minhas noites, que me fizeram chorar tantas e tantas vezes.
Cada vez mais, estou entendendo a diferença entre
amor-próprio e orgulho e estou tentando, juro que estou tentando, me amar,
querer meu bem, olhar para as minhas arestas e limpar a bagunça do meu coração.
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