O Pequeno Príncipe

“Tive assim, no decorrer da vida, muitos contatos com muita gente séria. 
Vivi muito no meio das pessoas grandes. Vi-as muito de perto. 
Isso não melhorou, de modo algum, a minha antiga opinião. 
Quando encontrava uma que me parecia um pouco lúcida, 
fazia com ela a experiência do meu desenho número 1, 
que sempre conservei comigo. Eu queria saber se ela era 
verdadeiramente compreensiva. Mas respondia sempre: "É um chapéu". 
Então eu não lhe falava nem de jibóias, nem de florestas virgens, 
nem de estrelas. Punha-me ao seu alcance. Falava-lhe de bridge, de golfe, 
de política, de gravatas. E a pessoa grande ficava encantada 
de conhecer um homem tão razoável” 
O Pequeno Príncipe

O Pequeno Príncipe é sem dúvidas o meu livro favorito. Já o li seis vezes (sendo uma em espanhol) e sem nenhuma dúvida esse livro me atravessa, faz rodeios no meu coração e trechos veem e vão na minha mente se tornando um excelente aprendizado.

Nos últimos tempos, o trecho mencionado se fez muito marcante no meu dia-a-dia. Quando criança temos sonhos, temos vontades, temos teorias sobre o mundo e acreditamos seriamente que levaremos isso ao mundo, depois de adulto muitas vezes continuamos com essas teorias, contudo, é mais difícil expô-lo ao mundo.

É fácil aceitar algumas loucuras de uma criança do que de um adulto, mesmo que essas loucuras sejam extremo sinônimo de felicidade.

Então se vive em busca de algo, de alguém com quem possamos ser nós mesmos, abrir nosso
s corações e mostrar um pouco de nosso universo e nem sempre vamos encontrar esse alguém. Aí, saímos da nossa melhor versão para tornar-nos aquele padrão aceitável e falamos do que convém, de geografia, política, artes e nunca sobre as poesias, as estrelas, as nuvens ou sobre aquele mundinho nosso, lindo, do qual nos refugiamos e nos faz ser quem somos.

E eu realmente me pergunto: Mundo, o que você quer de mim?

Eu não sei o que ele espera de mim, mas eu espero que o mundo deixa de ser fútil. Que possamos ser quem somos, largar esse desespero em parecer e não ser, aceitar sorrisos, aceitar corações abertos, poesia. Espero um mundo onde eu possa não ter vergonha de dizer que escrevo e que to mal, que eu to cansada e que eu quero um novo mundo, uma nova lógica, com pessoas preocupadas com sentimentos.

Espero encontrar pessoas lúcidas a ponto de mostrar meus desenhos.



Comentários