naqueles dias tristes, ela não gostava muita convivência e nem de muitas explicações. Em determinado momento percebeu que deveria somente aceitar aquela condição e tirar o maior proveito possível. Inegavelmente ela tentava ver o lado bom de tudo.
Se colocava a escrever, se colocava a compor, "nada que preste" pensava, mas era a melhor maneira de se recompor. "Talvez" pensou certa vez "as pessoas não estejam a vontade ou não estejam seguras que em muitos dias, nós, simplesmente, estaremos mal. Dias que só queremos chorar e ficar deitada na cama. Tá tudo bem nisso".
Suas conclusões eram simples, mas conclusões. Havia cansado de ficar buscando explicações em outras almas, em outros corpos que não agiam como o seu. Seu espírito necessitava de apelos não convencionais, de falsa sabedoria, de pessoas que simplesmente escutam, "contudo, todo mudo tem solução pra tudo. menos para seus próprios dilemas. é muito mais fácil resolver o que vem de fora do que o que vem de dentro. Por isso, tantas pessoas em queda livre achando que deve se segurar em algo ou alguém quando na verdade cabe a elas abrir o paraquedas e aproveitar a vista".
mas estaria ela aproveitando a vista? corretamente?
ou estaria ela somente vivendo?
talvez não, logo que mal sabia que dia era ou que horas são. talvez a nossa noção de viver a vida deve ser re-significada. "Viver não pode ser simplesmente obedecer as horas da vida, como uma norma, como uma regra".
Seus talvez perpetuariam, assim como inúmeros textos em cadernos rabiscados, assim como seu ser. Mas o talvez era o que re-significava sua vida, o que fazia caminhar. Hoje ela era um grande talvez. Talvez ela tava certa, talvez não. Talvez ela mude, talvez não. Talvez ela vá, talvez não. Inúmeras possibilidades num simples talvez e talvez ela se chamava assim, para os íntimos
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