Você espera que o pé de manga dê
morangos? Que as plantas verdes fiquem roxas? Que os Ipês, seja de qualquer cor,
simplesmente mude, evapore da estação? Você espera da primavera florida flores
mortas pelo chão?
Eu acredito que as respostas
sejam todas não.
De certo modo, a gente já
entendeu o fluxo da natureza, já entendemos que no dia há sol e em noites há
lua. Não esperamos nada menos que o próprio espetáculo que a natureza pode dar.
Não esperamos mudanças bruscas de estações, climas, flores, plantas e admiramos
cada uma como ela é e não pelo o que a gente queria que fosse.
E por que não com as pessoas?
E por que não conosco?
Jogamos nos outros e em coisas
tudo, nada menos. Esperamos reconhecimentos, criamos procedimentos para cada
pessoa em nossa vida e ai dela fugir daquilo.
Ai de nosso futuro não realizar
as coisas mirabolantes que criamos.
Não nos entendemos parte de um
processo e sim como o fim, pontos finais.
Isso doi.
A frustração doi, mas quem cria
somos nós mesmos, alimentando todos os dias. Só que um dia ela explode e o
coração e mente não aguenta tanta pressão.
Ninguém deveria ser obrigado a
obedecer nossos paradigmas. A gente deveria se deslumbrar com o universo
natural do outro, com as particularidades, ver suas cores, entender seus
processos. Ver tudo que compõe a vivência daquele ser que agora caminha conosco
e também ver tudo que compõe a nossa existência.
Somos tão complexos para
passarmos despercebidos por olhares alheios e o nosso próprio.
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