Estava no primeiro dia de volta
as aulas do curso de francês quando, em meio à aula, uma pessoa estava falando
muito bem o idioma. Na verdade todos pareciam estar cientes do nível estudado,
compreendendo perfeitamente a professora, menos eu, claro.
Nessa incrível falta de
pertencimento e rebaixamento, escrevi em minhas anotações a frase que leva o
título desse texto e me pus a pensar. Infelizmente a gente não consegue aceitar
que existam pessoas com habilidades melhores que as nossas, com capacidades
iguais ou diferentes que também variam seus níveis. Estamos a todo o momento,
em nossos núcleos sociais mais rasos possíveis, procurando alguém que esteja
pior que a gente. Não para humilhar, maltratar essa outra pessoa, mas pelo
simples fato de nos sentirmos melhores.
Não conseguimos ser feliz com a
vitória dos outros.
Precisamos nos auto afirmar, mas
infelizmente fazemos isso em custa da derrota do outro. Temos essa herança tola
da qual existe somente um ganhador e tudo que você faça deve ser para conseguir
essa medalha de ouro.
E no fim para que serve essa
medalha de ouro senão para exibi-la por aí?
É tão triste perceber que eu
preciso do mal do outro para ser feliz, uma lógica de vingança, de meritocracia
falha, de esgotamento, de egoísmo puro.
Numa palestra do Rossandro (linkaqui) ele fala exatamente sobre um fato que lhe ocorreu assim, e sua análise
não poderia ser das melhores. De fato a gente olha buscando alguém que esteja
pior que nós e ficamos simplesmente indignados, revoltados com isso quando na
verdade deveríamos ver a oportunidade de além do professor, ter inúmeras
pessoas para lhe auxiliar na tua caminhada.
Bem, depois dessa palestra foi a
única coisa que eu pensei e que agora eu tento levar para os meus dias.
Não precisamos estar em guerra
constante com o outro, não precisamos travar batalhas externas ou internas no
intuito de nos sentirmos melhor com a derrota do outro. Além d’eu chamar alguém
para a guerra, deveria chama-la para uma conversa e, assim, evoluir junto. Não
somos guerreiros contra guerreiros. Somos humanos juntos de humanos, buscando
todos os dias a felicidade. E por que não procurarmos juntos?
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