Nosso amor é sinônimo de posse.


Em meio a mais bads compartilhada com minha irmã, solto a frase “não sei se é preguiça ou medo de deixar ir”, o contexto era completamente diferente, nem lembro ao certo o que estávamos falando, mas isso fez muito sentido a nós e a tudo que carregamos.
Quantos sentimentos estão ocupando espaço em seu coração à toa?
Quantas pessoas estão sentada à mesa de jantar que nem lembram mais de você?
Quantas conversas você criou na cabeça, mas nunca falou? 
Quantos amores foram julgados eternos e agora acabou?
Quanto tempo você desperdiça stalkeando alguém no insta/face/twitter que nem te segue mais?
Por quê tudo isso tá acumulado em você?
As vezes, por não saber por onde começar deixamos que as coisas se acumulem em nosso ser, ignoramos o máximo possível, fechamos os olhos para o que estar pregado na parede e fingimos seguir a vida bem. Somos lembrados constantemente que é preciso limpar a bagunça, contudo, deixamos passar. E aí, isso é preguiça ou medo?
É preguiça de ter que se reorganizar, de ter que arrumar tudo ou medo de deixar as coisas e pessoas partirem?
A gente não consegue viver só com a lembrança. A gente não consegue sobreviver somente com o que passou, nos apegamos àquilo que julgamos ser nossa posse e ignoramos o fato que estamos em movimento, ou as pessoas caminham ao seu lado, ou estarão tão longe que nem se verá a sombra.
No fim, é só o “eu”. Não que a vida será um completo egoísmo e orgulho, mas sim o entendimento que cabe a eu me reorganizar, reorientar. Cabe a eu decidir  viver com a sombra do que um dia foi ou simplesmente me orgulhar por ter vivido aquilo.
Minha irmã e eu decidimos nos perguntar se estamos com preguiça ou medo. Na maioria das vezes é medo, dar muito medo deixar partir aquilo que foi sinônimo de tua felicidade, de amor. Porém, não cabe a mim decidi ficar.
As vezes, os caminhos só se cruzam, viram um só e depois chega a uma bifurcação. E tá tudo bem as coisas acabarem. Tá tudo bem.

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