
Há alguns dias eu venho me questionando sobre “ser porto seguro” e toda a
problemática que isso dar. Não sei se estou preparada para o vai e vem de qualquer
pessoa em meu coração, ele não é abrigo temporário e nem eu quero que ele seja.
Não quero sentimentos ocasionais, proporcionado por uma invasão, causando
confusão e depois eu ter que arrumar a bagunça. Não quero carga desnecessária,
ser estoque de emoções que não são minhas, tudo com data de validade.
Mas, por outro lado, ser porto seguro e temporário é o que nos forma.
Nem todas as pessoas estão conosco o tempo todo, nem todas as pessoas ficaram
conosco até o fim. Existem pessoas temporárias que vieram nos ensinar algo e
que partirá. Existem sentimentos que devem ser temporários e não devem habitar.
E nesse meio tempo eu não tenho ideia se quero ou não ser porto seguro
de alguém. Não sei se quero ser portadora de sentimentos líquidos, sentimentos
rasos e temporários que irão quando eu menos esperar. E ao mesmo tempo, longe
de querer expulsar qualquer pessoa da minha vida.
No fim, tudo é uma questão de equilíbrio. Equilíbrio entre o que me
pertence e o que não, entre o que é permanente e o que não é, entre todos que
querem ficar ou aqueles que simplesmente querem ir.
Aprender que as pessoas/coisas passam pela gente enquanto a gente também
passa por elas (parafraseando Enrique sem
H).
E, se for pra ser porto, que seja para meu próprio abrigo e de tudo que
me compõe.
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