Assistir o filme Siarra Bourgues is a loser nesse ultimo
domingo e mais uma vez questionamentos me vieram. Longe de mim fazer qualquer
resumo, até porque não faço a mínima de como fazer – não é tão simples quanto pensa... – o filme trata de uma garota,
jovem, acima do peso, super entendida de si e que por “acaso” começa
a conversar com um garoto por mensagem enquanto ele pensa que ela é outra
pessoa que corresponde ao estereótipo da Regina George.
O filme faz todo o desenrolar
juvenil anos 80, até que chega no ponto mais crucial: ela entende que não se
aceita tão bem assim, que não aceita sua beleza física e tem medo dos
preconceitos que vem de fora, de não ser amada.
E no fim, não é isso que resume
toda nossa história enquanto existentes?
Conversando com minha irmã, falei
das dificuldades que temos de auto aceitação. Por mais que acordemos e gritemos
ao mundo o quanto estamos bem sendo nós mesmos, parece que lá no fundo algo
incomoda, algo te cobra.
Digo isso por experiência
própria. Tenho 80 kilos, 1,62 de altura, e me sinto bem com meu peso e minhas
medidas, contudo, existe uma voz lá no fundo, que sussurra: ok.. mas você não deveria
ter esse peso... você está engordando... isso reflete sua saúde... você não
deveria está numa dieta, tipo hoje?
A gente acorda todo o dia e não
sabe o que queremos: a modelo capa de revista ou a revolucionária dona de si,por que isso estão em pontos extremos da nossa existência e nada nos diz que temos o caminho do meio.
São cobranças dos dois lados.
E está enraizado em nós todo tipo
de preconceito.
E apesar dos discursos centristas,
de que cada um faz o que quiser da vida e do corpo, de modo geral, a falta de identificação
nos corrompe a todo custo, nos obrigando a está em algum lado...não importa!
E nesse meio todo é como se parássemos
e ficássemos esperando o que vai acontecer, praticamente deixamos que as
escolhas nos tomam.
No fim, o encontro consigo mesma
é o pior e mais lindo dos caminhos que vamos trilhar e não é fácil. A cada novo
processo, novo entendimento, nos deparamos com mais questionamentos provindos
de todos os lados possíveis inclusive de dentro. Cabe a nós ter certa calma e
entender que apesar que filmes lindos como o da Netflix, não ponto final, as letras
não vão começar a subir e apresentar o nome de cada personagem. Aqui a vida é
real e é dura.
Aqui é guerra um dia por vez.
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