Sentada em meio a tantos dilemas ela não deixava transparecer seus
sentimentos a não ser pelo o olhar expressivo que emanava a cada canto e pela
boca que levemente se mexia como se as palavras quisessem saltar.
Seu nome não sabia, mas sua rotina sim. Ela descia do ônibus todo dia
naquela hora, esperava todos os carros passarem para atravessar, olhava os pés
para ver se sujou algo, depois olhava para o céu buscando algo. Parava pedia
café, dava bom dia com um sorriso que logo se apagava, pegava o café e ia rumo
a algo. Julgo dizer seu trabalho, mas algo me diz que dela poderia esperar
qualquer coisa.
Depois eu só a via andando, passos devagar como alguém que ainda tá
aprendendo a andar; Cabelo cacheado no ritmo do vento.
Às vezes tropeçava.
As vezes ela tava toda de laranja.
Tinha vontade de falar com ela, dizer que também sofre que também está
doendo.
As vezes queria estar com ela, pedi desculpas e saber seu nome.
As vezes, nem a queria.
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