Meu cabelo
bagunçado devido ao vento constante do ônibus e pelo fato que já fazia três
dias sem lavá-lo me fizeram o prender em coque. O fator é que ao final do
expediente, minha chefe falou com sua filha de 3 anos dela:
Olha filha, ela não tá parecendo a princesa Diana?]Eu olhei
para as duas e uma alegria no olhar confirmou seu pensamento, eu havia me
identificado
como uma
princesa. Logo após o caos de pensamentos sobre isso tomou conta, eu tenho lá
meus dilemas a respeito dessa princesa da Disney, mas a questão é que alguém me
reconheceu como princesa.
Parece meio
bobo, eu sei. Mas no mundo onde pessoas negras foram criadas sem identidade o
(auto)reconhecimento se torna uma vitória.
Eu vi amigas,
adolescente ou adultas, ser comparada a outras princesas várias vezes,
até na faculdade e nunca liguei para isso até o dia de hoje.
É por que a
gente se acostuma a toda falácia do mundo e história do mundo e levamos como
verdade não ser reconhecida por quem somos ou elogiada pela nossa beleza física
ou intelectual. Ou vista como princesas.
Infelizmente a
gente se acostuma como que não deve.
E talvez você
diga: e wakanda?
Pantera Negra
é o maior tapa na sociedade, o maior núcleo de reconhecimento e referências e
fico feliz que ele exista, que ele representa inúmeras pessoas, adultos e
crianças, mas existem várias meninas, que ainda não aprenderam que podem ser
heroínas e que só querem ser uma princesa que encontra algum final feliz.
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