Dos mais fortes direitos...

Já tem um tempo que venho questionando sobre o "direito de sentir". Isso. Seja qual sentimento fosse. E apesar de muito pensar, ler, questionar a outras pessoas, não cheguei a umas conclusão definitiva. E nem vou. Mas isso requer considerações registradas: historicamente nem todos exercem o direito de sentir: de sentirem livres, sentir amor, sentir paz, sentir que podem decidir sobre suas vidas, seus gostos e corpos, suas paixões. Historicamente, muitos povos, por ignorância de outros, foram aprisionado dentro (e fora de si). Venho pensando nisso e por não chegar a conclusão deixei de lado. Mas hoje voltou. Conversando com uma colega de trabalho sobre problemas familiares de abandono e distância ela me relata que: sua família nunca foi de abraçar, dizer "eu te amo", beijar. Não existia isso. A demonstração de amor estava nos gestos diários, que poucos interpretam como amor. contudo ela, que saiu nova de casa pra tentar a vida na cidade grande (Brasília), e que conviveu com pessoas com dinheiro (trabalhando como doméstica) viu que eles abraçavam, beijavam, eram dóceis e dizia que amava seus filhos e assim, aprendendo com eles ela hoje diz "eu te amo" a sua família. Isso me lembrou meus questionamentos, me lembrou das crianças que eu peço um abraço e não sabem reagir a isso. Que quando falamos de sentimentos, pensam que é bobagem, riem. Que quando falamos de empatia, não entendem. Mas eles entendem de trabalho duro, de ser forte, de não chorar. Ser o "homem" da casa aos 13 ou a mulher responsável pela a comida de todos aos 10. Sentir também é uma construção social, que nem todos exercem direito a ele. Sentir é para um publico seleto que tem "tempo" para isso. Porque apesar de gritarem que todo mundo é igual nesse mundo, direitos são a todos e ponto, quando se fala de nossas dores é chamado de "mimimi".

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