Minha rota de fuga sempre foi a escrita. É como se de tanto pensar, aquilo que pensei, se tornou algo tão concreto que pôde, enfim, parar em um caderno de escritos.
Nada fácil, na verdade. Tem algumas coisas que vem e vão tantas vezes que eu chego a me perder. É um misto, é um desafio. E eu tenho medo: de errar, e não somente no português.
Tenho medo de errar comigo mesma.
Talvez para todos aqueles que produzem algo exista esse medo: medo de expor o que sentimos, medo de não ser retribuído, medo de não ser entendido, medo de não alcançar quem esperava, medo de postar de novo.
É muito difícil jogar no mundo quem somos e não sermos compreendidos, o que é um paradoxo pois não sabemos quem somos como esperar que alguém compreenda?
A gente produz, se reproduz e estagna dentro de tudo isso que se chama "efeito criativo". Já mecanizamos tantas coisas. Eu não queria que a minha, a sua e a nossa arte também fosse mecanizada, automática.
Como algo que não é de coração pode tocar alguém?
A gente saiu do lápis, para a máquina de escrever, para o computador, para um blog, para uma rede social. Abreviamos letras, palavras e será que estamos abreviando sentimentos?
Será que estou abreviando sentimentos dentro dessa ânsia de escrever para fora? Mas há textos que parecem que gritam que querem sair do meu caderno e ganhar a forma das Internet. Uns querem ir para redes sociais, outros para blog, outros nem são meus e vão para alguém que nunca vi. Textos que me dão tanta ansiedade, que faz o peito querer sair do seu espaço.
Tudo é fluido demais... Sentimentos são assim, escrever é assim.
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