Desci do ônibus com uma colega do trabalho, no caminho ao shopping ela me contava sorridente das implicâncias que tinha com uma amiga. Já tinha contando outros causos de outros amigos. Em uma fração de segundos eu pensei: eu não tenho histórias para contar. E, de fato, não tenho.
Se eu morresse hoje com certeza a lembrança de todos seriam: "ela estudava muito" ou "trabalhava muito". Não que eu ache isso ruim, mas me limita. Desde os 15, eu estudo e trabalho muito. As lembranças que eu tenho de amizade são com aquelas do ensino médio em que eu mal sabia quem eu era. Ah! Tem o intercâmbio, mas pouco gosto de falar desse período pois sempre acho que as pessoas ficam pensando: "nossa, lá vem ela de novo dizer que estudou fora" (as caras das pessoas são essas mesmas).
Eu constantemente tento entender onde vai a minha felicidade de estudar e trabalhar e onde estão a obrigação dolorida de fazer ambos. Eu me vejo colocando metas para quando eu tiver um bom emprego, para só assim viver bem, mas sinceramente, será que um dia terei?
Não estou menosprezando meus esforços, mas quanto mais a gente acha que merece demais, mais exigentes ficamos e menos as coisas nos agradam.
Eu tenho um medo terrível de arrumar um emprego fixo e continuar sendo a mesma pessoa estagnada que não entra na academia nem vai ao cinema.
E eu sei, talvez alguém diga que os boletos vem de qualquer forma e que devo fazer isso no hoje. Mas tenho a cobrança minha e de outros para que eu "vença" na vida. Cobrança de cada dinheiro que eu gasto comendo pão de queijo poderia fazer eu ser a milionária de amanhã.
É a dita meritocracia latente que faz nós por dentro de qualquer um.
Mas eu sigo com pensamentos positivos que ao fim dessa segunda graduação e conseguindo um emprego eu vou me estabilizar socialmente. Quero de fato fazer um memorial das lembranças felizes com o contato com outras pessoas.
E como eu sempre digo: oremos.
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